sábado, 7 de novembro de 2009
OPUS
o bolor
que o mundo exala
é como uma
tocha de fuga
urdimento
de cavernas e cadáveres
como frisson que fere a fé
tanto déspota capitulando de drenos
um furacão
dizima a sombra de faces
como quem vai
para a rua e não se veste
uma ópera do cáos
perfila o suor que escorre
de um filete
obscuro e intangível
poeira que cobre
lentos esqueletos
que se destrincham uns dos outros
o silêncio
de uma terra morta
lágrimas de línguas partidas
um infortúnio de léguas e párias
labaredas que embalam
cais e navegações
enxerto do ar rarefeito
boca seca
o lixo de uma civilização
que se acostumou
com o vazio
dos seus braços
mal dizer de um gesto fortuito
padecimento do chão
que já não aguenta mais
lamparinas
são como velas soltas
no oceano dos nossos cetros
como
uma carne trêmula
de tanto tentar
avenidas que se olham e choram
xamã
de um gás
que invade corações
e leitos
assim
aqui
de fora
parece que a esperança
ainda resiste.
Cgurgel
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