MORDIDA DA VIDA QUE VOA
tá tudo aqui
e nada geme
um pacto
de resinas
e muros
assim
como uma canção eterna
e ausente
tudo
tão frágil
como um grão
que da terra tece
como um grão
que da parede
rui
de uma maçã
que desfalece de desejos
de uma noite
que vasculha
retinas e papéis
tudo como um jardim
que rega frestas
e escombros
ou de um estoque
por sobre a sombra
de quem
não se lembrou do passado
assim
como o céu e o mar
tão irrequietantemente
cúmplices
de uma fagulha
que sai
e sara
e que palpita
por entre
o barco e o berço.
Cgurgel
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