sexta-feira, 2 de outubro de 2009
CARICATO
sou
um poema avulso
que rodopia
por entre sextas e ladrões
como uma máquina
que lava corações
e se amufina
como uma longa espera
que acaba ao redor
de uma praça enferrujada
e fugidía
sou
um poema inconcluso
que bate portas
e recolhe limões
como um cinema gasto
e completamente esquecido
ao redor das suas poltronas
e pontas de cigarros
sou
um poema indócil
que se esquece das horas
e dorme ao relento
como uma sentinela
que aquece ossos
e restos de saudades
como a colheita
de uma açucena
que beira a litorânea vegetação agreste
sou
um poema que saiu de circulação
que limpa quadros
e baila ao redor do sol inocente
como um elefante
que nem sabe o que faz
rodopiando ao redor
dos seus êrros e esquecimentos
sou
um poema a beira do sacrifício
que procura atalhos e lembranças
como anistiado de avisos e lendas
ao tropel de um papel em branco
e da inconstância dos seus ventos
costurando como lenço
que espalha o rosário
desses dias tão íngremes
e despidos
sou
como se fosse
o poema que se anuncia
de boca fechada
e com os olhos bem abertos.
Cgurgel
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